Ainda bem que existo. Ainda bem que vivo. Ainda bem que estou cá.
Sei, com toda a certeza, o quanto é difícil, às vezes, acreditar que no mundo ainda vivem pessoas com uma alma imensa...uma alma que não sucumbe às pressões da sociedade, às modas, aos tiques, aos gestos e às palavras feitas, ao concreto e ao que dá muito mais valor à forma do que à essência, ao palpável do que ao invisível, às sensações (fugazes) do que ao sentimento (perene)... Ainda bem, digo eu, com toda a alegria, ainda bem que sou assim.
Ainda existe quem seja capaz de olhar para o mundo com os olhos lavados, reparar nas coisas e guardar para si algo, referente a essas mesmas coisas, ainda que banais, ainda que indiferentes para os comuns mortais. Estes são marionetas neste mundo, são básicos. Mas eu não. Sei o que é o Sentimento. Consigo inundar-me dele. E ainda que esta condição me faça vaguear por caminhos tortuosos, onde o peso do que carrego em mim me afunda, me magoa, dói, arde...ainda assim sei que vale a pena. Sei, sabem.
Podemos por vezes caminhar pelo vazio e tantas vezes quantas as estrelas que há no céu desejar ser invadidos por esse vazio, nem que seja por um segundo, para nos aliviar a dor...mas essa realidade não é para nós. Não é e ainda bem. Porque nós não sabemos ser assim: vazios. É esta a nossa condição. E "ter-te" aqui dá-me o conforto de não me sentir sozinho. Quem sabe, um dia, não nos cruzamos novamente por estes caminhos? Pois por certo sei que cada vez menos são aqueles que os percorrem... Pois que alegria me enche agora a alma!
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