Furioso mar onde me perco, destino diluído de lágrimas e prantos...
Água salgada, lágrima do meu desencanto...
Procuro o teu reflexo por entre cada gota deste líquido amargo...
Procuro a tua alma neste rio de luz que me ofusca...
Chamo o teu nome, com a voz da minha essência, neste silêncio avassalador que me consome.
Sei onde estás, mas temo não te encontrar lá...
Sei que te escondeste, que te fechaste na tua concha protectora.
O quotidiano afogou-te neste mar de medos, tormentos e pesadelos. O brilho da minha alma não foi suficiente para te iluminar e as trevas tomaram conta de ti.
Mas quero que saibas, que continuo aqui, neste barco que deriva em todas as direcções, procurando encontrar-te, recuperar-te para o meu peito vazio.
Vagueio oceano fora, escutando, procurando pelo caminho que me há-de levar a ti, liberto-me de corpo pesado e deixo a alma conduzir-me qual anjo alado ao teu encontro.
Com um murmúrio canto-te, mas foges de mim...
Sabes?
Sempre te encontrarei, pois em meu peito carrego um pedaço de ti, qual farol que pulsa luz em redor da tua figura angelical...
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