segunda-feira, 2 de junho de 2008

Irra!


Olhei, reparei, vi, observei, distanciei-me, resguardei-me, cubri-me, dispersei :: passou::
Fogem-me os nomes e os verbos, já nem consigo conjugá-los e a acção parece ter abandonado o sujeito.
Encho o peito de ar, o coração de esperança e lentamente começo a caminhar nas linhas, sendo agraciado pela percepção de que, tanto na escrita como na vida, o importante não é procurar, mas sim encontrar...
Palavras em mim que vestem o teu corpo, nu, que aqueço em mim, retrato desenhado da tua pele, ou, simples saudade que a palavra descreve.
Esperança,
Palavra que conheço plenamente.
Percebo cada reacção inconsciente que a esperança me revela, quando me olha, quando me sente...
Entendo, como ninguém a essência da sua génese. Conheço-a de todos os ângulos, vivo-a em todos os tempos.
Sei encontrar em si as fontes que jorram a inspiração mais inconfessável do seu ser, os sonhos mais loucos, as fantasias mais secretas...
É-me translúcida…
É nela que adormece o meu espírito e onde mora a minha alma, o caminho para o seu jardim secreto.
Conheço-lhe as letras, palavra que forma com os sentidos que agarrar em cada encontro com as palavras em mim...

Mas porque razão, porque razão? Ainda? Irra!
"Será promessa?" Não, não é...

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