quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Depois de uma separação

"Roubei" um texto e adaptei-o à minha realidade, 80% dele muito familiar à minha realidade! O autor do original é o "bagaço" e o seu não compreendo as mulheres.

A verdade da mentira

Depois da minha separação (fim de namoro) fui-me habituando à mentira que me dizia que eu estava sozinho, como se a única fuga desta vida à solidão pudesse ser uma mulher a quem se chame isso mesmo. Não é, e disso me apercebi ao mesmo tempo que os meus novos hábitos e comportamentos se me tornavam familiares.

Coisas tão simples como telefonar às dez da noite a um amigo para o convidar a sair para uns canecos, ir à última sessão de um filme qualquer durante a semana ou simplesmente desaparecer uns dias sem dizer nada a ninguém.

Das mulheres que me tangeram esses dias, lembro-me que me incomodava a forma como trituravam subtilmente esses meus novos hábitos. Afinal estar separado não era assim tão mau e passei para a fase da despreocupação com a minha vida emocional.

A vida emocional, para quem não sabe, não é o amor que sentimos pelo outro nem o egoísmo que nos habita dia a dia. É a verdade que resta daquilo que é mentira, mesmo quando toda a nossa vida é uma grande mentira. E é por isso, só por isso, que mesmo despreocupados nos podemos voltar a apaixonar.

Há dias, um amigo recentemente divorciado, disse-me que a maior vantagem do divórcio dele era que nunca mais tornava a passar pela mesma dor. Mesmo que um dia se apaixone de novo e a mulher o deixe, tudo o que vai sentir são apenas resíduos do que sente actualmente. Assenti compreendendo-o, mas também pensei que ele não é capaz de se apaixonar ainda. E não o é por um motivo muito simples: ainda acha que não é capaz de sofrer por uma mulher como sofreu pela primeira. É a verdade dele, dentro da mentira que é a sua vida neste preciso momento.

Não me digam nunca que o amor é uma coisa bonita. Não é. O Amor é apenas o nosso egoísmo no seu auge, e se eu hoje quero que a dita seja feliz é porque isso me faz feliz a mim. Mais nada. E na verdade, se alguma vez pensei que nunca na vida poderia sofrer como sofri na minha primeira separação, enganei-me redondamente. Posso sofrer mais ainda, e foi ela que me ensinou isso.

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