segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Linha do Tempo


Recordações de um passado presente,
Em que tudo me magoa
Até mesmo o que me transmite felicidade...
Magoa...
Existem dores da alma, angustiantes
Que me reduzem a um ser fraco, perdido, entorpecido.
Estou num desses dias, talvez...
Não olho para a rua, para o sol,
Para não deixar que me distraia de mim mesmo.
Entrego-me à escrita...
Covardemente fugindo...
Ignoro tudo e dói-me o peito.
Não quero nada,
Não prefiro nada
E não consigo fugir.
Deu-se em mim uma paragem,
Suspendi-me do sentir,
Do pensar,
Do querer...
Escrever é a única forma de expressão para o exterior.
Deixei cair das mãos aquilo que sou,
Ou fui...
E deixo que o acaso faça em mim
Esquecer as vontades perdidas algures neste labirinto,
Que são meus dias,
Agora enormes,
Ausentes,
Nesta minha eternidade em estado de meia alma.
Recordar dói...
Faz sangrar a ferida mal curada,
Abre portas para a desilusão estampada
Em caras de pessoas não amadas,
Esquecidas
Ou simplesmente indesejadas....
Recordar dói,
Senti-lo muito mais,
Vivê-lo é desesperante
E no entanto, não me furto da culpa que me entope,
Das certezas que sempre soube ter,
Como o poderia ter evitado
Se não tivesse subestimado o alerta da intuição
Que me fez olhar-te de forma diferente.
Agora,
Lastimo a falta de força que me assolou
Quando a direcção correcta seria oposta,
Àquela em que decidi rumar....
Tonto,
Docemente tonto
Quando me deixei apaixonar...
Mas...
Sabem que mais?
Faria tudo novamente...
É quando o passado toca o presente
Que percebemos o significado da vida...

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